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quinta-feira, 11 de novembro de 2010


“Ela era doce, meiga. Ele a admirava.
Ela chorava. Ele suspirava.
Ela tinha disciplina e ele obsessão.
Ela sonhava e ele desacreditava.
Ela queria entender. Ele não entendia.
Ela argumentava o problema e ele criticava o argumento.
Ela temia a ausência dele, ele temia precisar dela.
Ela queria se perder com ele, ele queria se encontrar com ela.
Ela acordava pensando nele, ele dormia pensando nela.
O que ela sentia era imutável. O que ele sentia era renovável.
Por nada ela surtava, por tudo ele se calava.
O olhar dela tinha declarações, o olhar dele segundas intenções.
Se ela o desejava era drama, se ele a desejava era cama.
E conviviam das diferenças. Eram do jeito deles. 
Únicos. Indecifráveis.”


Michele S.B.

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