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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011




"Foram-se os amores que tive ou que me tiveram. Partiram num cortejo silencioso e iluminado. O tempo me ensinou a não acreditar demais na morte nem desistir da vida. Cultivo alegrias no jardim onde estamos eu, os sonhos idos, os velhos amores e seus segredos e a esperança que rebrilha como pedrinhas de cor entre as raízes."


Lya Luft



"Quando tudo parecer perdido, escuro, avivar o fulgor da esperança e acreditar: Ainda vai ser!"


Helena Kolody



“A minha maneira de pensar você diz, não pode ser aprovada. E que me importa? Bem idiota é aquele que adota uma maneira de pensar para os outros! Não foi a minha maneira de pensar que provocou a minha desgraça. Foi a maneira de pensar dos outros.”


Marquês de Sade



“O problema de um relacionamento nunca é o ciúme, é a indiferença. 

(…) 

É claro que é legal respeitar a solidão do outro, mas há um individualismo que de certa forma não faz a gente querer um amor, mas uma amizade. Não queremos nos desesperar por alguém, queremos mesmo é evitar o sentimento extremado. Se você pode sair e voltar a qualquer hora, se você tem o controle do que você pede num relacionamento, isso é tudo menos amor. Os relacionamentos hoje são mais acordos do que entregas, mas na verdade queremos alguém que possa nos reconhecer. 

(…) 

Porque amor é justamente isso, é ficar inseguro, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhado, enredado, em algo que você não tem mais controle. Mas aí o que fazemos? Amamos com limite para não sofrer.”


Fabrício Carpinejar



“Eu sou um aeroporto. 

Na verdade, todos nós. Que outro lugar, senão um aeroporto, condensa sob o mesmo teto a alegria do encontro e a tristeza da despedida? Vejo pedaços de mim acima das nuvens, em logradouros distantes, em cidades inóspitas. Recebo, também, de todo lugar, pedaços do mundo que, como ímãs, aplicam-se sobre a minha pele e lá ficam para a posteridade, exibidos por onde passo. 

Alguns têm a pista embrenhada entre matas, encoberta por nuvens de chuva, radares desligados ou intencionalmente sabotados. Tem gente que tem medo de avião. 

Por medo das partidas, tem gente que não deixa ninguém chegar. São aeroportos fechados. No entanto, a gente só percebe o calor do abraço quando sente a dor de respirar o ar frio da solidão. Você brada aos céus toda sorte de impropérios, mas não percebe que vôo nenhum te encontra no radar. 

Eu sou um aeroporto. Chegadas e partidas são a única certeza na minha vida. Meus olhos estão virados pro futuro, focados na estrada que se prostra à minha frente. Encontro em mim, com igual facilidade, motivos para persistência ou para desistência. E continuar pra quê? Continuo com a força do que levo pra vida. O saldo positivo disso tudo é a quantidade de aviões que acolho em meus hangares. Pedaços de histórias que conto pra mim mesmo todo dia, enquanto ergo um tímido sorriso quase que instantâneo de realização. 

E você, aeroporto em greve, tá esperando o quê, olhando pra cima? Avião não pousa em aeroporto fechado.”


Lucas Silveira



"Pancadas na porta interromperam as rotinas domésticas que a ocupavam. Ela vai abrir e lá estava o carteiro, com uma carta na mão. Pela simples leitura de seu nome, no envelope, ela identifica o remetente. Ela toma a carta e, com este gesto, toca uma mão muito distante. Para isto se escrevem as cartas de amor. Não para dar notícias, não para contar nada, não para repetir as coisas por demais sabidas, mas para que as mãos separadas se toquem, ao tocarem a mesma folha de papel."


Rubem Alves



"Sorriu. Como se nada do que eu pudesse dizer fosse capaz de modificar sua partida."


Caio F. Abreu



'Desastres outros, poda-se o estrago com a tesoura, coloca- se vitamina na terra, água de alho e outros truques que, (...) também estou aprendendo neste Selvagem Embate Contra As Forças do Mal, assim mesmo em maiúsculas. Mas a luta continua...'


Caio F. Abreu



"Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera e salva uma noite, que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do meu peito. Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba."


Tati Bernardi



"Sumir tem sido uma constante. Ela diz que é pra esquecer, mas no fundo sabe que é só um jeito de guardar com ela o que ainda resta de bom dele. A distância protege das conversas curtas, das respostas frias e do silêncio que fala alto. Longe de tudo o que poderia manchar o carinho enorme que tem por ele, ela segue por aí, com a memória cheia de boas lembranças e uma saudade que mal cabe no peito."


Carla A.